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Romeu e Julieta do Sertão - 1 capitulo





Vou lhes contar uma história de amor de um casal de namorados, jovens apaixonados que se conheceram a algum tempo atrás, por volta da década de cinquenta lá pelas bandas de Goiás, a muito se ouviu falar desta história, que se tornou lenda e musica, ainda toca nas rádios, para que as pessoas se lembrem deste amor puro e verdadeiro, destruído pela maldade e pela inveja.

Tudo começou em uma vila chamada Santa Luzia um povoado que ficava no pé da serra, ali o povo tinha uma vida pacata, tranquila típica do interior, todos conheciam o poderoso fazendeiro Jacinto de Andrade, com terras a perder de vista, tinha mais cabeças de gado do que qualquer fazendeiro da região, morava em um casarão a duas léguas da vila de Santa Luzia, era casado com Teodora, tiveram três filhos o mais velho Henrique, Inácio o filho do meio e a pequena Isabel.
Isabel é uma flor de menina, de pele clara, olhos negros como jabuticabas  e cabelo sedoso da cor de noite sem luar, foi criada com muito carinho por seus pais e protegida pelos irmãos. Era uma menina pouco convencional, sempre brincava com os irmãos e não gostava de perder para eles, em qualquer aposta ou em brincadeiras.
Certo dia houve uma festa no povoado, era São João, todos estavam animados com as comemorações, a cidade toda decorada, no ar havia um cheiro delicioso de comida, preparada para comemoração, deliciosos quitutes típicos da região, perto da praça uma grande fogueira que seria acesa a noite. As crianças estavam empolgadas para soltar rojões, no final de tarde quando o padre terminou de celebrar a missa, as crianças saíram correndo, Isabel estava la com seus irmãos, mal terminou a missa e seus irmãos correram para ver os rojões, apesar da carinha meiga a menina era traquina tanto quanto qualquer garoto que estava ali. Os irmãos a deixaram para traz, estavam correndo na praça em frente da igreja para se juntar aos outros meninos do povoado, Isabel tentou alcança-los, mas tropeçou e caiu, na queda ralou o joelho,  olhando para o ferimento lutou para conter as lagrimas,  ela não queria que seus irmãos a vissem chorando, ela suspirou tentando se acalmar e olhou para os lados notou que um garoto a observava ele se aproximou estendeu a mão para ela com um sorriso bondoso.
Isabel desconfiou dele, afinal ela nunca conheceu um menino gentil, a menina estreitou os olhos e avaliou o garoto rapidamente, mas por algum motivo  pegou na mão dele, algo em seus olhos cor de caramelo fez que ela confiasse na ajuda oferecida, se levantou rapidamente bateu a poeira do vestido de algodão, olhou para o ferimento no joelho.
– Deve estar doendo. – Disse o garoto olhando para o machucado. 
_ Só um pouco. _ Ela respondeu.
– Venha, sente-se aqui. – Ele indicou um banco próximo, Isabel mancou até o banco imaginando a bronca que iria levar da mãe por ter ralado o joelho e por estar com o vestido sujo. Izabel olhou para o garoto que se sentou ao lado dela, ele deveria ter uns 11 anos, os cabelos castanhos levemente desgrenhados, vestia roupas simples, um menino normal, mas havia algo de cativante em seus olhos.
– Obrigada. – Disse. ­– Qual é o seu nome ?
– Joaquim.
– Eu sou a Isabel. – O garoto sorriu para ela.
– Eu sei quem você é, filha do Jacinto, meu tio não gosta do seu pai.
– Por que? – Isabel quis saber, Joaquim deu de ombros.
– não sei acho que coisas de adultos – Isabel arregalou os olhos, ela não sabia bem porque alguém teria motivos para não gostar de seu pai. Os ficaram setados no banco por um tempo, logo ouviram os barulhos dos rojões, todo animado Joaquim olhou para Isabel e perguntou:
_ Você quer brincar comigo ?
_ Quero!_ Falou Isabel com a mesma empolgação.
Naquela tarde Isabel e Joaquim se tornaram grandes amigos e algo mais surgiu daquela amizade, um sentimento forte que nem um deles saberia explicar de onde veio.
Desde aquele dia eles se encontravam secretamente para brincar juntos, Isabel não contou para seus irmãos sobre seu novo amigo, ela queria que Joaquim fosse apenas seu, faziam de tudo juntos, tomavam banho em riachos, brincavam com seus estilingues e exploravam as matas próximas dali. Um dia os dois subiram a serra e lá do alto deitados na relva olhando as nuvens passarem Joaquim disse:
– Um dia quero ser o melhor vaqueiro dessa região.
– Vaqueiro? Pensei que você seria violeiro. – Isabel falou e se virou para olhar o amigo, Joaquim estava aprendo a tocar com o violeiro do vila.
– Isso foi antes, agora eu quero ser vaqueiro, meu tio esta me ensinando a domar cavalos, ele me disse que logo vai me levar para ajudar a tocar o gado, vamos atravessar o rio Paranaíba. – O pai de Joaquim morreu quando ele era pequeno a mãe dele foi embora e o deixou, o garoto foi criado pelos tios Ernesto e Angelina.
– Mas se você se for com quem eu vou brincar ? –Perguntou Isabel preocupada, Joaquim sorriu para ela.
– Eu vou voltar para te contar minhas aventuras.
– Eu queria ir com você. – Disse Isabel tristonha.
– Um dia eu vou te levar comigo. ­– Joaquim a olhou para firmar a promessa com o olhar.
–Promete? –Os olhos negros de Isabel brilharam de expectativa. 
­– Sim eu prometo ­– Joaquim disse com um sorriso maroto nos lábios. – Mas só se você prometer que um dia vai casar comigo. ­­– Isabel começou a rir, o que mais uma garota de oito anos poderia fazer quando um menino a pede em casamento ­– Estou falando serio Bel, um dia você vai ser minha esposa, vamos nos casar aqui no alto da serra.

E foi assim que os dois enlaçaram seus destinos, com uma promessa de casamento ali no alto da serra, com o céu e a terra de testemunha, há um longo caminho para esses dois e esse é só o começo da história. 

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